A plagiocefalia deformante (DP, na sigla em inglês), também conhecida como plagiocefalia posicional, é o desenvolvimento de achatamento e assimetria do crânio no recém-nascido em consequência de forças moldadoras extrínsecas exercidas sobre o crânio, como dormir regularmente apoiado sobre a mesma área da cabeça. Desde a sugestão de colocar os bebês para dormir de barriga para cima como forma de prevenção da síndrome da morte súbita do lactente, a incidência de DP aumentou drasticamente, o que tem sido motivo de preocupação para pais e médicos no contexto da assistência primária.
Epidemiologia e etiologia
Incidência
A incidência é frequente com 6 semanas de idade (16%), aumenta aos 4 meses (até 20%) e depois diminui no decorrer dos 3 anos seguintes (7% aos 12 meses e 3,3% aos 24 meses). Em geral, resolve-se completamente até os 2-3 anos. A American Academy of Pediatrics lançou uma campanha na década de 1990 que recomendava colocar os bebês para dormir de barriga para cima ou de lado, o que resultou em uma redução de 40% dos casos de síndrome da morte súbita do lactente. Em 4 anos, os centros de tratamento de anomalias craniofaciais e os postos de assistência primária relataram um aumento de 600% nos encaminhamentos por plagiocefalia, uma incidência anteriormente relatada como de aproximadamente 1 em 300 recém-nascidos, possivelmente em decorrência de uma maior conscientização ou do encaminhamento precoce, uma vez que a prevalência pontual não sofreu alteração nos últimos 40 anos.
Os bebês não conseguem reposicionar a cabeça nas primeiras semanas de vida nem são capazes de levantá-la antes dos 4 meses aproximadamente. Daí a DP ser mais grave por volta dos 4 meses de idade. É nessa época também que a circunferência da cabeça do bebê aumenta rapidamente: cerca de 2 cm/mês nos primeiros 3 meses de vida, 1 cm/mês de 4-6 meses de idade e 0,5 cm/mês após 6 meses. Por volta dos 6 meses, o bebê já desenvolveu o controle da cabeça e essa capacidade de reposicionar ativamente a cabeça permite que a forma do crânio melhore gradativamente como resultado do alívio da pressão e do crescimento contínuo do cérebro.
Fatores de Risco
O torcicolo congênito, a preferência de posição durante o sono e os níveis reduzidos de atividade são especialmente proeminentes em pacientes com DP. A Tabela 592-1 apresenta outros fatores de risco. Muitos desses fatores não têm como ser evitados, mas já se constatou que dormir na posição supina com a cabeça sempre voltada para o mesmo lado é um indício de DP, independentemente dos demais fatores, e isso pode ser evitado. É possível que exista uma relação entre atraso de desenvolvimento e DP. Embora não de natureza causal, estudos realizados constaram haver diferenças significativas de desenvolvimento motor, ações como sentar-se, engatinhar e rolar para o lado, entre bebês com e sem DP.
Tabela 592-1
Fatores que Aumentam o Risco de Plagiocefalia Deformante
Sexo masculino
Primogênito
Rotação passiva do pescoço limitada por ocasião do nascimento (p.ex., torcicolo congênito)
Atraso de desenvolvimento
Posição supina para dormir ao nascer e após 6 semanas de vida
Alimentação exclusivamente por mamadeira
Tempo de bruços <3 vezes/dia
Nível reduzido de atividade, conquistas mais lentas
Dormir com a cabeça voltada para o mesmo lado, preferência de posição
Causas
As causas pré-natais de DP incluem a compressão uterina e a restrição intrauterina, como ocorre no caso de oligo-hidrâmnios ou de gestação multifetal. Entre as causas pós-natal, estão a posição de dormir do bebê e o torcicolo muscular congênito.
O torcicolo muscular, uma condição presente em 1 a cada 6 recém-nascidos, provoca o enrijecimento dos músculos do pescoço, impedindo a rotação passiva. Acredita-se que essa condição normalmente precede o desenvolvimento da deformidade craniana. Entretanto, a preferência de posição da cabeça pode resultar da assimetria cervical causadora do torcicolo e no subsequente achatamento de um lado do crânio em decorrência da preferência posicional adotada (Cap. 680.1).
A posição de dormir desempenha um papel importante na incidência de DP. Quando um bebê dorme continuamente com a mesma parte do crânio apoiada sobre uma superfície plana, deposita-se uma força contínua nessa área. Durante esse tempo de rápido desenvolvimento craniano, o crescimento é inibido na área que permanece apoiada sobre uma superfície dura, criando um “ponto achatado”. Devido a essa inibição, o crescimento aumenta em direções opostas, causando uma deformação que pode se distinguir de outros tipos de plagiocefalia.
Exame e diferenciação entre plagiocefalia deformante e craniossinostose
O formato anormal da cabeça de um bebê é motivo de aflição para os pais. A DP é um diagnóstico clínico. O gerenciamento da condição exige também uma orientação precisa sobre a sua causa e o seu tratamento. É especialmente importante que se saiba descartar a hipótese de craniossinostose como causa primária de assimetria craniana em bebês, uma vez que o gerenciamento dessa condição é muito diferente daquele de DP e requer encaminhamento imediato a um cirurgião para avaliação (Cap. 591.12). A craniossinostose ocorre em 1 a cada 2.000 nascimentos vivos e resulta em plagiocefalia como consequência do fechamento prematuro das suturas cranianas. A craniossinostose deve se distinguir da DP porque o gerenciamento é diferente. A craniossinostose lambdoide, embora extremamente rara (1 em 300.000 nascimentos vivos), apresenta-se com características muito semelhantes àquelas da DP. A condição pode se distinguir da DP por diversos achados físicos e históricos. A sinostose coronal bilateral também se apresenta de forma muito semelhante à DP posterior.
Histórico e Exame Físico
As Tabelas 592-2 e 592-3 apresentam os principais componentes do histórico e do exame físico.
Tabela 592-2
Fatores Físicos e Históricos Importantes na Avaliação de um Paciente com Plagiocefalia
DEFORMACIONAL
SINOSTÓTICO
Histórico do nascimento
• Compressão intrauterina
• Primogênito
• Normalmente sem complicações
Formato da cabeça na ocasião do nascimento
• Geralmente normal
• Pode ser irregular
Idade em que se observa a primeira irregularidade de forma
• Normalmente nos primeiros meses de vida
• Pode ser na ocasião do nascimento
Como o paciente prefere dormir
• Do mesmo lado, na mesma posição
• Variável dependendo da presença de síndrome concomitante
Ponto achatado
• Sim
• Não
Desenvolvimento motor para a idade
• Em caso de idade atípica para plagiocefalia deformante, o desenvolvimento motor normalmente é lento para a idade
• Presença de torcicolo
• História de atividade ou mobilidade limitada
Tempo de bruços
• Reduzido
• Tempo sugerido
Sinais/sintomas de aumento da pressão intracraniana
• Não
• Possível
Tabela 592-3
Principais Diferenças entre Plagiocefalia Sinostótica (Craniossinostose) e Deformante
• Pós-natal: torcicolo congênito, posição de dormir
Fusão prematura de uma ou mais suturas cranianas
Tipos comuns
• Lateral
• Posterior
• Coronal bilateral
• Sagital
• Metópica
Características distintivas comuns
• Cabeça com formato arredondado normal na ocasião do nascimento
• Cabeça com formato de paralelograma
• Orelha ipsilateral deslocada anteriormente
• Ausência de cristas ósseas palpáveis
• Cabeça com formato possivelmente anormal na ocasião do nascimento
• Cabeça com formato trapezoidal
• Orelha ipsilateral deslocada posteriormente
• Cristas ósseas palpáveis
Gerenciamento
• Reposicionamento
• Fisioterapia
• Órtese craniana (capacete) em alguns casos
• Cirurgia
• Órtese craniana (capacete) em alguns casos
Clin Pediatr (Phila) 46:292-298, 2007, Tabelas 1 e 2.
A observação do formato do crânio e do deslocamento das orelhas é o primeiro passo. É fundamental observar a criança pelos ângulos anterior, lateral e superior (a partir do vértex) do crânio. Observando-se de cima o formato do crânio, a DP normalmente parece um paralelograma, e a orelha do mesmo lado do ponto plano ou calvo se apresenta deslocada anteriormente. Na craniossinostose lambdoide, a cabeça tem um formato trapezoidal e a orelha do mesmo lado do ponto achatado se apresenta deslocada posteriormente (Fig. 592-1).
Figura 592-1Achados físicos diferenciais entre plagiocefalia e craniossinostose. Vistas superiores (a partir do vértex do crânio). A, Plagiocefalia deformante do lado direito exibindo o formato de paralelograma da cabeça. B, Craniossinostose lambdoide do lado direito exibindo o formato trapezoidal da cabeça.(De Lin AY, Losee JE: Pediatric plastic surgery. In Zitelli BJ, McIntire SC, Norwalk AJ, editors: Zitelli and Davis’ atlas of pediatric physical diagnosis, ed 6, Philadelphia, 2012, Elsevier, Fig, 22-5.)
A palpação ajuda a diferenciar essas duas condições. A craniossinostose se apresenta com cristas palpáveis ao longo da sutura, enquanto a DP, não. Além disso, pacientes com craniossinostose não possuem ossos calvários móveis, o que se pode testar aplicando uma leve pressão sobre dois ossos adjacentes do crânio separados por uma sutura sinostótica suspeita. Se as placas não se movimentarem uma em relação à outra, levanta-se a suspeita de craniossinostose.
A verificação do tônus e a amplitude de movimento dos músculos do pescoço é uma parte essencial do exame, uma vez que ajuda na avaliação do desenvolvimento motor e no diagnóstico de torcicolo congênito. A resistência ao movimento passivo gera preocupação com a eventual presença de torcicolo. O tônus muscular reduzido deve suscitar uma avaliação mais profunda do desenvolvimento motor. Os bebês só adquirem o controle muscular necessário para virar e levantar a cabeça por volta dos 4 meses de idade, e os atrasos no desenvolvimento motor podem aumentar o risco de DP em idades posteriores àquelas em que a condição normalmente ocorre. Embora em raros casos, pode-se observar também uma amplitude de movimento reduzida na presença de anomalias da porção cervical da coluna vertebral. O reconhecimento precoce dessas condições é fundamental no tratamento, gerenciamento e resultado.
Medições precisas e consistentes auxiliam na distinção das etiologias e no gerenciamento de recém-nascidos que apresentam um formato craniano anormal. Ao realizar as medições normais da circunferência da cabeça, o médico deve medir também a largura e o comprimento do crânio e o diâmetro transcraniano (Fig. 592-2), o que se faz melhor com calibradores. Essas medições permitem que o médico diagnostique, determine a gravidade e monitore a plagiocefalia.
â—†Comprimento craniano: Distância do ponto mais proeminente entre as sobrancelhas até o ponto mais proeminente do occipício
â—†Índice cefálico (índice craniano): Relação entre a largura e o comprimento do crânio
â—†Diâmetro occipitofrontal transcraniano: Procure os pontos de cada lado da cabeça em que a deformação se apresenta pior (dois do lado direito e dois do lado esquerdo), depois meça as distâncias diagonais entre esses pontos
â—†Diferença transdiagonal (diferença diagonal trancraniana): A distância entre dois diâmetros transcranianos
â—†Assimetria da cúpula craniana: Relação das medições oblíquas. Difícil de implementar uma vez que os diferentes médicos e autores propõem o uso de pontos diversos para essas medições
Figura 592-2Medições cranianas.(Modificado de Looman WS, Flannery AB: Evidence-based care of the child with deformational plagiocephaly, part I: assessment and diagnosis. J Pediatr Health Care 26:242-250, 2012, Tabela 1.)
Uma tecnologia para a avaliação da gravidade e da melhora da DP com o tempo é o sistema fotográfico tridimensional. Entre as vantagens desse sistema está a capacidade fácil e confortável de imageamento sem distorções. Da mesma forma, os profissionais de órteses geralmente utilizam scanners a laser para a realização de exames de pré-fabricação de órteses cranianas (capacetes).
Após as observações e medições, o médico pode determinar o tipo e o grau de gravidade da DP (Tabela 592-4 e Fig. 592-3). No caso de DP lateral, a bossa do occipício ocorre do lado oposto à deformidade achatada, e a orelha do mesmo lado que a área achatada pode apresentar um deslocamento no sentido anterior. Esse tipo de DP normalmente é associado a bebês que apresentam torcicolo ou têm preferência por posicionar a cabeça para um determinado lado. Em geral, o diâmetro transdiagonal é anormal nesse tipo de plagiocefalia e essa medida é o padrão-ouro para se determinar o grau de severidade da condição.
Tabela 592-4
Guia de Diagnóstico para Determinação do Tipo e Grau de Severidade da Plagiocefalia Deformante Lateral e Posterior
Posição das orelhas (vista a partir do vértex do crânio)
A orelha ipsilateral pode se apresentar deslocada anteriormente
Normal
Face, testa (vistas anterior, lateral e a partir do vértex do crânio)
Pode ser normal; casos mais graves podem apresentar as seguintes condições: assimetria mandibular, bossa frontal ipsilateral, achatamento contralateral da testa, bochecha ipsilateral deslocada anteriormente
Bossa temporal, aumento da altura vertical em casos severos
Outros
Torcicolo, preferência de posição da cabeça
Tamanho grande, história de atividade ou mobilidade limitada
Deformidade central posterior (“depressão de bola de pingue-pongue”)
Moderado
TDD 10-12 mm
Tipo II
Mau posicionamento da orelha
CI: 0,9-1,0
Deformidade central posterior e alargamento da parte posterior do crânio
Tipo III
Deformidade da testa
Grave
Tipo IV
Deformidade malar
CI: >1,0
Cabeça vertical, crescimento da cabeça ou bossa temporal
Tipo V
Crescimento vertical ou temporal do crânio
CI, índice cefálico (índice craniano); TDD, diferença do diâmetro transcraniano.
Figura 592-3Tipos de plagiocefalia deformante.(De Looman WS, Flannery AB: Evidence-based care of the child with deformational plagiocephaly, part I: assessment and diagnosis. J Pediatr Health Care 26:242-250, 2012, Fig 1.)
Na DP posterior, o occipício se apresenta uniformemente achatado, com possível ocorrência de bossa temporal, e as orelhas são normais. Em geral, a condição é associada ao grande tamanho da cabeça e a um histórico de atividade ou mobilidade limitada. O índice cefálico aumenta com esse tipo de DP.
O tempo e os registros precisos dos exames podem ajudar no gerenciamento. Se a deformação estiver piorando quando a DP normalmente começa a demonstrar melhora do formato da cabeça, deve-se suspeitar de craniossinostose.
Tratamento
Prevenção
A posição de dormir deve ser monitorada e variada. Alternar a posição da cabeça do bebê de modo que ele fique de frente tanto para a cabeceira quanto para o pé do berço em noites alternadas é uma maneira de permitir que o bebê durma de frente para o interior do quarto sem se deitar sempre do mesmo lado da cabeça. Alternando regularmente a posição de dormir desde cedo, permite-se que o bebê passe o mesmo tempo com a cabeça apoiada sobre ambos os lados do occipício e venha a se acostumar com esse padrão. Os bebês que demonstram óbvia preferência de posição para um determinado lado requerem mais tempo e esforço para se reposicionarem propositalmente contra a sua preferência. Os pais devem ser orientados sobre o benefício dessa estratégia na prevenção de pontos calvos ou achatados que possam progredir para uma deformidade craniana.
“Tempo de bruços” é o tempo usado para descrever o tempo que o bebê passa deitado de bruços enquanto está acordado. O tempo sugerido nessa posição é de 10-15 minutos, pelo menos 3 vezes ao dia. Deve-se assegurar aos pais que a posição prona deve ser evitada somente durante o sono, orientando-os sobre os benefícios da posição prona enquanto o bebê está acordado como forma de ajudar a progressão do desenvolvimento motor.
Opções de Tratamento
A assimetria craniana da DP normalmente não melhora de forma espontânea, tampouco as manifestações mais severas da assimetria da face e das orelhas desaparecem. A partir do momento em que se desenvolvem pontos achatados, é pouco provável que o bebê consiga vencer o impulso de deitar com a cabeça apoiada sobre o mesmo ponto em tempo de permitir a reversão da assimetria.
O gerenciamento do tipo “observar e aguardar” não é recomendável para bebês com DP. As evidências sugerem que, no mínimo, o reposicionamento e a fisioterapia devem ter início tão logo se observe a assimetria.
O reposicionamento e a fisioterapia (RPPT, na sigla em inglês) consistem em orientar e ensinar os pais sobre as mudanças de posição e o tempo de bruços do bebê, bem como sobre o encaminhamento para fisioterapia em caso de torcicolo congênito. RPPT é a opção de tratamento ideal para pa
ientes com menos de 4 meses de idade que apresentem DP leve ou moderadamente severa. Os primeiros tipos de mudança de comportamento podem ser muito simples, como o aumento do tempo de bruços ou o reposicionamento do berço do bebê de modo que tudo de interessante no quarto fique do lado oposto à DP.
A terapia de moldagem (terapia com órtese craniana [ou capacete]) consiste no uso de um capacete ortótico para promover a correção da assimetria craniana enquanto a cabeça do bebê ainda está em fase de franco crescimento. Os capacetes ortóticos não moldam ativamente o crânio; eles protegem as áreas achatadas e permite que a criança “cresça para dentro” do ponto achatado. Estudos realizados demonstraram que a terapia com o capacete de moldagem craniana permite uma correção 3 vezes mais rápida e melhor do que o reposicionamento isolado. Essa terapia ainda é discutível por seu custo, consumo de tempo, abrangência e efeitos colaterais (irritação, erupções e úlceras de pressão). Estudos mais recentes sugerem que o tratamento combinado à base de terapia com capacete de moldagem e RPPT é o tipo mais benéfico de gerenciamento de bebês com mais de 4 meses com DP severa ou com agravamento da DP leve/moderada testada no tratamento RPPT. Deve-se considerar a terapia com capacete de moldagem craniana para bebês com DP severa em qualquer idade.
Os estudos sugerem que a terapia com capacete de moldagem para o tratamento de um grau significativo de DP deve ter início entre 4 e 8 meses e prosseguir por um período de 7-8 meses. Devem-se orientar os pais sobre o compromisso envolvido nesse tratamento, uma vez que o capacete precisa ser usado durante mais de 20 horas do dia.
Pacientes com craniossinostose precisam submeter-se a cirurgia. Às vezes, é possível utilizar o capacete de moldagem como uma terapia adjuntiva após a cirurgia, mas nunca como monoterapia.
Resultados
Os resultados podem ser melhores quando se inicia a terapia com capacete de moldagem antes dos 6 meses de idade, ressaltando-se que os bebês que iniciam a terapia depois disso não alcançam o mesmo grau de medidas normais da cabeça que aqueles que iniciam a terapia antes dessa idade. Normalmente, observam-se melhoras significativas na assimetria depois de 4-11 semanas após o início da terapia.
Estudos realizados com pacientes com uma idade média de acompanhamento de 9 anos constataram que 75% dos casos apresentavam o que tanto os pais quanto os pacientes consideravam uma cabeça de aparência normal. Nove por cento dos pacientes e 4% dos pais observaram uma assimetria residual considerada significativa.
Os resultados cognitivos e acadêmicos podem ser diferentes, dependendo do lado da deformidade. Pacientes com deformidades do lado esquerdo apresentaram um nível de desempenho acadêmico mais baixo e maior incidência de anomalias da fala, comparados àqueles com deformidades do lado direito. Essa condição se manifestou como o dobro do número de pacientes com anomalias expressivas da fala e o triplo do número de necessidades de educação especial. Não se conhece exatamente o mecanismo subjacente; aparentemente, as diferenças de tratamento não demonstraram ser um fator relevante. Em geral, crianças com DP e sem condições comórbidas são consideradas crianças normais e saudáveis em termos de desenvolvimento, ao contrário daquelas com craniossinostose, na qual o aumento da pressão intracraniana pode ter efeitos nocivos na função do sistema nervoso central.